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25 de Abril de 2024
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    DESEMPENHO 2012: COMPETIÇÃO E CONVERGÊNCIA GARANTEM SOBREVIDA À TELEFONIA FIXA

    Publicado por LegisCenter
    há 11 anos

    O avanço das novas entrantes, com destaque para Embratel/Net e GVT, e a reação das concessionárias à perda de assinantes deram, este ano, combustível para o avanço da telefonia fixa, mantendo seu ritmo de expansão na casa dos 2% nos últimos cinco anos. As estimativas do SindiTelebrasil são de que a base de assinantes da telefonia fixa encerre 2012 com mais um milhão de novos assinantes. Pelos dados da Anatel, essa previsão deverá se cumprir. A base de assinantes de STFC era de 44,05 milhões em setembro deste ano, contra pouco mais de 43 milhões no final de 2011. Se o ano fechar com 44,1 milhão de assinantes, o crescimento da base será de 2,5%, um excelente resultado para um serviço em declínio no mundo todo.

    O que mantém o telefone fixo vivo e ainda atraente para os usuários, na avaliação dos executivos das operadoras, são os combos. Ninguém oferece o telefone fixo sozinho, a não ser que o usuário solicite. Ele está sempre associado à banda larga, à TV por assinatura e se beneficia, ainda, das ofertas da rede móvel. "Os pacotes integrados trazem vantagem financeira para o consumidor, e é isso que mantém a telefonia fixa em expansão. Mas sua principal sustentação é, sem dúvida, a banda larga", afirma Ricardo Sanfelice, diretor de marketing e produtos da GVT, que em setembro respondia por 8% do market share de STFC no país, com 3,5 milhões de assinantes. A expectativa da GVT é de que o mercado de telefonia fixa continue crescendo pelo menos até 2017, quando, de acordo com diversas empresas de pesquisa, deverá atingir 46 milhões de assinantes. Deste total, a GVT projeta ficar com uma fatia de 16%, o dobro de sua participação atual.

    Quem também aposta no crescimento do STFC é a Embratel, que desde março deste ano comercializa o serviço (antigo Livre) com o nome de Claro Fixo, enquanto o serviço de TV paga (Via Embratel) passou a ser comercializado sob a marca Claro TV. A associação com a marca Claro e a simplificação da comunicação, mais a oferta casada com a rede móvel, permitiram um crescimento da telefonia fixa maior do que o verificado em 2011. Também a NET, que comercializa, com sua marca, o serviço de telefonia fixa fornecido pela Embratel, teve um ano bom na telefonia fixa, graças à entrada em novos mercados mesmo sem poder oferecer ainda TV paga pelo atraso na concessão das licenças. Nesse caso, o STFC vai associado ao serviço de banda larga - o que abre mercado.

    Embora a Embratel não divulgue números, os dados da Anatel de setembro de 2012 indicam que registrava uma base de 9,370 milhões de assinantes de telefonia fixa, com 21,27% de market share. Ou seja, Embratel/Net e GVT somadas respondem por 30% do mercado de telefonia fixa no Brasil. Um percentual que segundo Eduardo Levy, diretor executivo do SindiTelebrasil, é muito superior à participação das entrantes na telefonia fixa em diversos países. "Temos efetivamente competição na telefonia fixa nas grandes cidades", registra.

    Na avaliação de Antonio João, diretor executivo do Claro TV e do Claro Fixo, ainda há espaço para o serviço de telefonia fixa crescer. "A oferta combinada de serviços dá sobrevida à telefonia fixa. Embora a banda larga seja a principal alavanca, os outros serviços também ajudam na sua comercialização como a TV paga, o combo que oferecíamos no passado, e agora também o serviço móvel. É preciso aproveitar a sinergia entre redes", diz ele.

    Reação das incumbentes

    Se GVT e Embratel/Net avançaram na telefonia fixa sem enfrentar uma reação mais agressiva das incumbentes, no caso Oi e Telefônica, agora o cenário é outro. As duas maiores concessionárias do país vêm investindo fortemente para reduzir o ritmo de perda dos assinantes residenciais de telefonia fixa, com a oferta de pacotes e promoções para ampliar a fidelização dos clientes e segurar os que querem abandonar o barco do STFC seja para ficar só com o móvel, seja para ir para outra operadora. E as estratégias de retenção dos clientes da fixa têm dado resultado. Ambas as operadoras anunciaram, ao apresentar os resultados do terceiro trimestre de 2012, que a sangria começa a ser estancada.

    Do primeiro para o segundo trimestre, e do segundo para o terceiro, a Oi perdeu 100 mil assinantes, quando a perda do último trimestre de 2011 para o primeiro de 2012 foi de 200 mil. Paralelamente à redução da perda de clientes na telefonia fixa, a Oi vem aumentando os assinantes de banda larga residenciais, num total de 200 mil por trimestre (no final de setembro contava com 5 milhões de assinantes de banda larga e 12,6 milhões de assinantes residenciais de STFC), o que também explica a queda das desconexões líquidas do telefone fixo. Elas passaram de 308 mil no terceiro trimestre de 2011 para 134 mil no terceiro trimestre de 2012. De acordo com os dados da Anatel, a Oi contava, em setembro deste ano, com 18,6 milhões de assinantes de telefonia fixa (entre assinantes residenciais e corporativos), respondendo por 42,24% do market share. É interessante notar que se a Oi enfrenta perda de assinantes de telefonia fixa na maior parte dos estados onde atua, e registra crescimento nos estados da região Norte e da região Centro-Oeste, à exceção de Goiás.

    Já a CTBC, ao contrário das grandes concessionárias, não enfrenta redução dos assinantes de telefonia fixa em nenhuma de suas áreas, de acordo com os número da Anatel relativos aos três primeiros trimestres de 2012. Em setembro, contava com 836,8 mil assinantes de STFC, respondendo por 1,9% do market share.

    Assim como a Oi, a Telefônica conseguiu reduzir o ritmo da queda do número de assinantes residenciais de telefonia fixa, que encolheu 5,8% no terceiro trimestre, quando registrou uma base de 7,226 milhões. Mas como o número de assinantes no mercado corporativo cresceu 4,5%, para 2,887 milhões, a perda líquida total no STFC foi de 1,6% no trimestre. A redução no ritmo da queda, observada desde o último trimestre de 2011, se deve às promoções realizadas, em especial às ofertas envolvendo as redes móvel e fixa. "Nos últimos seis meses, estamos fazendo a promoção do fixo que fala gratuitamente para três números móveis, até 300 minutos no mês, e vice-versa. Esse benefício está sendo muito bem percebido pelo usuário. Outra coisa que ajuda a fidelizar o cliente do STFC é a banda larga", conta Marcio Fabris, diretor de marketing do Segmento Premium da Telefônica/Vivo.

    Se Oi e Telefônica/Vivo enfrentam perda de clientes do STFC no mercado residencial, o mesmo não acontece no mercado corporativo, onde o ritmo de crescimento se mantém. Apesar da competição ser mais acirrada no mercado corporativo, as concessionárias conseguiram manter seu espaço. Para Fabris, o crescimento da Telefônica/Vivo nesse segmento se deve muito ao seu bom desempenho no mercado de Pequenas e Médias Empresas (PMEs), resultado tanto do crescimento da economia como de uma equipe de vendas bem estruturada e agressiva. "Com a fusão da Telefônica com a Vivo, essa força de vendas também passou a trabalhar o produto móvel nas PMEs, ampliando nossa participação aí", conta ele.

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    Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/desempenho-2012-competicao-e-convergencia-garantem-sobrevida-a-telefonia-fixa/100264642

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