BRASIL COMEÇA A SER COGITADO PARA FAZER PARTE DA OPEP
"Previsões dão conta de que o volume de exportações do Brasil estará em cerca de 2 milhões de barris nos próximos dez anos, mas com qualquer volume de exportação tenho certeza que o país pode trazer nova dimensão à organização, que hoje só tem a Venezuela como representante da América Latina", declarou ao participar do IAEE'S 2010 Internacional Conference, no Rio de Janeiro. Segundo Al-Moneef cabe ao País decidir se entra ou não na organização, que estará disposta a recebê-lo.
O professor do Mackenzie, Francisco Cassano, afirma que entrar na Opep hoje seria um erro, uma vez que ainda não se sabe o tipo de petróleo que será extraído da camada pré-sal. "Devemos primeiro esperar para saber qual o tipo de petróleo, depois será um jogo. Se tivermos petróleo de boa qualidade, não deveremos entrar na Opep, uma vez que deixaremos de importar e supriremos o mercado interno, para depois começar a exportar. E se tivermos muito, devemos angariar mercados, ganhar em valor, sem nos submetermos às vontades de um grupo. Agora, se a qualidade for inferior, sim devemos entrar, uma vez que teremos a ajuda da Opep para direcionar o nosso produto. Por isso é um jogo" , frisou.
"Uma das premissas para ser membro da Opep é ser um grande exportador de petróleo. O Brasil será um dia, mas ainda não é. Outro ponto é a obediência no sistema de produção, para manter o controle, reduzindo a extração de petróleo e muitas vezes operando abaixo da capacidade de produção" , afirmou Al-Moneef. A afirmação foi motivada por uma brincadeira durante o evento, no qual o analista sênior do Fundo para Desenvolvimento Internacional da Opep, Rachid Bencherif, disse que a organização estava aberta para novos associados. "Por que não o Brasil?" , provocou o economista.
"A Opep é contraditória e prejudicará o Brasil. Primeiro pede para produzirmos muito, depois avisa que agora sabe que temos capacidade, mas não quer que a utilizemos. Assim, perderemos investimentos, infraestrutura, lucros, mão de obra, não vale a pena", afirma Roberto Segatto, presidente da Associação Brasileira de Comércio exterior (Abracex).
Demanda menor:
O recuo na demanda de combustíveis provenientes do petróleo pelos países da União Europeia e dos Estados Unidos (maiores consumidores mundiais) deve-se à crise financeira e não à substituição por fontes mais limpas como biocombustível. A afirmação é do professor Cassano, que complementa ao dizer que as alegações da Administração de Informação de Energia (AIE), órgão dos Estados Unidos, com relação à tendência de redução das projeções de produção dos países que não são membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) são meramente políticas e irreais.
O órgão americano informou por meio de nota oficial que a expectativa para o crescimento da produção de petróleo de países de fora da Opep neste ano recuou em 160 mil barris por dia (bpd) em relação à sua previsão anterior, em meio a um panorama pessimista para o Brasil.
"Como podem rever para baixo a produção de petróleo no Brasil agora, uma vez que acabamos de descobrir o pré-sal? Não tem sentido fazer uma afirmação como esta, ela é meramente política e que pretende evitar transferência de investimentos para o Brasil, e também marcar uma superioridade", afirmou Segatto.
0 Comentários
Faça um comentário construtivo para esse documento.